quinta-feira, outubro 16, 2008

fotos ff


Fico sempre incomodada e tolhida com as notícias políticas e económicas. Fico tumultuada por dentro, em verdadeira convulsão e emudecida por fora. Como dizer aquilo que parece óbvio, dizer aquilo que me parece anti-humano, anti-direitos do homem e direitos civis?
É necessário dizer a qualquer humano que se não beber água fica com sede? Que se não comer morre à fome? Que se não defecar fica intoxicado? Que se não formos cuidados e amados definhamos física e emocionalmente? Assim me parecem a maioria das intervenções sócio-políticas e económicas, evidentes no seu abuso sobre o que é ser-se humano e ser-se responsável por determinações que interferem directa e profundamente naquilo que é viver e com dignidade. Se comer, beber… e amar não são parte essencial dessa garantia de dignidade então fechem instituições, tribunais de menores, misericórdias, casas e famílias de acolhimento e afins porque estamos todos a promover futilidades! Caprichos! Bens dispensáveis!
Só é bem essencial o amor que acontece entre homem e mulher (porque é parte do dito núcleo familiar que compõe as únicas e aceitáveis ‘células’ que compõem a nossa sociedade)? Claro que se aceita o amor entre pessoas do mesmo sexo desde que não amoroso, que mediado por laços de sangue. Mas isso complica-se na adopção e na ‘madrastia/padrastia’, pois temos (pelo menos esperamos ter) amor entre pessoas do mesmo sexo, que não têm laços de sangue e onde um é, em princípio, menor. Então o que o garante é a existência de um casal heterossexual que medeia esse sentimento tornando-o seguro e protegido??!??!!?
Ai está a explicação para que duas pessoas do mesmo sexo não possam oficializar a sua relação amorosa (porque o amor, que todos sabem onde e como se manifesta -deve ter sido por lerem os livro do António Damásio- não se pode manifestar que em sexos ou géneros diferentes – seja lá o que isso do género for, de contrário é uma impossibilidade que todos sabem e conhecem, porque sim, porque é assim) adquirindo direitos sociais e económicos, que lhe permitam uma integração, reconhecimento e participação naquilo que é apanágio de uma democracia (ou será a nossa democracia não mais do que uma outra forma de categorizar os cidadãos de primeira, de segunda, de terceira, …?)?
Continuo sem perceber, serei menos dotada do intelecto do que me pensava? Então quais os motivos para que não se possam celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo? O amor que ai existe é deveras diferente? Diferente de quê? Haverá uma espécie de polígrafo que permita dirigentes e outros com poderes tais afirmar e fundamentar que aquele sentimento é diferente, menos válido, contranatura, pouco desejável, inadequado e recriminável? Argumentos de que depois vem a adopção não são semelhantes a ‘não se lhe pode dar a mão que depois querem todo o braço’? Sendo assim então ficaríamos na pré-história, não fazemos casas porque depois queremos vivendas, não comemos carne cozinhada porque depois queremos cozinha sofisticada, não usamos a roda porque depois queremos asas, não usamos palcos porque depois queremos celebridade, por ai adiante…
Depois o que tem o amor amoroso, de duas pessoas que querem estar juntas, para se mimarem, apoiarem e com desejo sexual, de contraindicado para a proximidade com uma criança? Onde e em quê é prejudicial essa manifestação no desenvolvimento de uma criança? Isso determina e influência (negativamente) a sua orientação sexual? Então se isso é factor determinante no desenvolvimento psicossexual do indivíduo, o convívio com os casais heterossexuais seriam garantia de orientações heterossexuais (logo não haveriam orientações homossexuais em famílias nucleares) e também não haveriam orientações heterossexuais em crianças educadas em contextos exclusivamente femininos ou masculinos (de que são exemplos instituições religiosas onde estes foram criados).
Parece que o que é negado, não oficializado, é como se fosse invisível, inexistente, tal como a criança pequena que o que não vê não existe, o que não vê também não a vê a ela, então parece que estamos perante uma sociedade politicamente infantilizada, onde esconder a realidade do amor entre o mesmo sexo, com uma capa de marginalidade, de não oficializado, faz ingenuamente sentir como se não existisse, se não os virmos eles também não nos vêem. Isso, porque se houver olhos nos olhos fica-se em ‘maus lençóis’.
Então que temem os nossos corajosos dirigentes? Que receiam que possam acontecer nesse ver e/ou ser visto? Que bem essencial pode ser posto em causa na sua estabilidade? Que estabilidade é essa que pode ser abalada pela não negação deste amor? O medo irracional sempre levou o humano a cometer enormes atrocidades, todos temos conhecimento disso, mas parece que não aprendemos, continuamos a fazer os mesmos erros, a fugir e tentar destruir o que não dominamos ou desconhecemos um pouco mais. Que evolução então podemos dizer haver nesta progressão e desenvolvimento? Será de facto que estamos em vias de desenvolvimento ou em vias de desenvolvimento de novas estratégias para impedir o desenvolvimento que não pareça a muitos ambiciosos de poder total ameaçar a sua ditadora acção, coacção e subjugação?

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5 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

precoceitos... pré conceitos!!!

8:10 da tarde  
Blogger trutasalmonada disse...

sempre bemvindo, mas porquê anónimo?

9:31 da manhã  
Blogger Zito Demascreti disse...

Boa escolha de imagem ;)
Apesar de tudo, continuo a acreditar num futuro onde as pessoas se possam amar sem pré-conceitos! =)

1:10 da manhã  
Blogger Unknown disse...

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