sábado, fevereiro 05, 2005

um estojo colorido

Não sou particularmente uma fã da tradição carnavalesca mas, uma vez que me permite ficar na cama até mais tarde é caso para dizer que, nos últimos anos, lhe tenho sido mais favorável. Pronto, admito que até é uma época dada a presentear-nos com algumas situações bonitas. Hoje, uns certos lapizinhos coloridos com cerca de um metro e a andar atabalhoadamente em fila indiana, lembraram-me que o carnaval tem, também, um lado cândido. Foram dois lápis verdes que, primeiro me coloriram a íris. Lideravam a fila quando, após contornarem a esquina de um prédio, viravam a carita para o lado ou para trás para tentarem ver se os colegas lá vinham. Certamente que se deparavam com alguma escuridão. É que os pescocitos rodavam mas a abertura, situada na parte cónica do lápis e que lhe permitia ver o caminho, permanecia virada para a frente! Não se rendendo à dificuldade imposta pela indumentária, um dos meninos ergueu os bracitos - que com alguma dificuldade conseguiam irromper dos orifícios colocados nas partes laterais daqueles fatos catitas – à altura do rosto, colocou uma das mãos no queixo, a outra na borda da abertura puxando um para fora e a outra para dentro para que prendesse. Resolveu um problema mas, provavelmente, ganhou uma dor de pescoço dada a pressão que fazia com o queixo para segurar o fato.
Entretanto, reparei que os lápis amarelos tinham aberturas mais pequenas (ou seriam as cabeças maiores?) ficando completamente ajustados aos contornos do rosto. (Provavelmente não sabiam que lápis com diâmetros diferentes exigem afiadeiras adequadas). Os cor-de-rosa já deviam ter sido afiados muitas vezes, ainda assim seguiam, divertidos, os colegas mais altos.
Fiquei a vê-los enquanto enchiam de cor e brilho, a rua, os meus olhos...

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