Felizmente o aparato tecnológico não consegue fotografar a tridimensionalidade das emoções. Sobra-nos a nossa capacidade introspectiva e intelectiva para o fazermos.
quinta-feira, maio 24, 2007
era uma vez...
foto ff
era uma vez...um anjo que acordou com as asas coladas
as asas servem para voar... 'Bebê com síndrome de sereia se prepara para cirurgia: Milagros nasceu com suas pernas unidas sob uma camada apertada de pele – dando a ela a aparência de uma sereia.A doença ocorre em um a cada 70.000 nascimentos e há somente três casos conhecidos de crianças com a síndrome vivas.' e o anjo?
As meias (de liga???) não condizem com a nossa perspectiva judaico-cristã de anjos... Continuamos muito ligados à imagem dos anjinhos papudos...São de salientar os esforços da Madonna (like an angel..., também com meias de liga... Outra imagem em mutação é o da "femme fatale", delicada, suave, meiga (a autêntica fada-do-lar)...Das unhas-adereços, para as unhas-armas afiadas, esporões de ataque, músculos contraídos...
(Celebremos a mulher doce, encostada ao ombro, a discutir o último romance, em que o herói - eterno pulante - viaja nos tempos..)
1º anónimo: era uma vez um imaginário onde os seres nascem com as caraterísticas que mais aprazem e animam quem o labora, este autor faz nascer de forma constante uma série de anjos, de todos os tipos, cores e feitios, até há poucos dias pariu um anjo com as asas coladas, coisa que lhe acontece de x em x tempos; mesmo com estas coladas ele não se cansa de soprar nos ouvidos dos incautos sons de liberdade e libertação, enquanto aguarda pela intervenção divina que lhe separe as asas libertando-o para apregoar a liberdade e incentivar à libertação...
sari, pular parece-me bem, acho que ele ouviu pois é constante um som de pulos de alegria e descoberta
2º anónimo,aqui não celebramos nada...deixamos sair a fantasia vestida com a inevitável cor das emoções mais intrinsecas, que tal deixares aqui a tua? ha, desculpa, já deixaste
(Numa perspectiva digna do menino da história "do-Rei-que-vai-nu", que eu só cheguei agora: nem sereia, nem madona, nem anjo saltitante...parece-me que não são as asas que estão coladas! Os dedos é que estarão cu-lados...)
"que disse o divino?", claro que cabe a cada anónimo, não anónimo, etc. e tal fantasiar o que diz a intervenção divina e qualquer outra intervenção...assim fico à espera das vossas fantasias sobre esses diálogos possíveis (ou não)...
Este para mim é sempre um local de espanto e reflexão, e de alguma incompreensão. Não por culpa dos intervenientes, apenas limitação própria. De toda a forma é assombroso espreitar os universos interiores. Fica apenas a parecer-me que o meu é tão, tão básico. Querida F. a foto impressiona-me de todas as vezes que cá venho, apesar de só agora o dizer. São o negro e as linhas de força marcadas num corpo limitado a um espaço insuportável, talvez??....
There is a very quiet girl They call the lonely one The sorrow in her face And sadness in her eyes And if you look into the heart Within the lonely one You'll find it's been deceived That broken was in lies
Is it good to have cried? With the longing to hide On your heartaches and fears Is it wise to be cold, to struggle, to hold back with tears If you could only see the girl They call the lonely one You'd know that since you're gone The lonely one is me
Não gosto de ouvir o MEC, mas aprecio a fluidez da escrita. Aqui vai...
ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também
Tanto que se complica num compleitude que em nada reifica. A pura simplicidade assere que anjo há acordado; com as asas coladas, é certo. Mas olvidamos o mais relevante para nos pormenores da cola nos esquecermos perdidos. Para quê? Afinal, há mais um anjo... com Miguel Esteves Cardoso, Benjamin's, Huxley's ou com outros mais que queiram citar... não me importa, carece-me apenas da vontade partilhar da vivência dos anjos, independentemente das características morfológicas com que o louvamos ou estigmatizamos, segundo as nossa escolhas que tão particulares e não inocentes sabemos serem... ;)
15 Comentários:
as asas servem para voar...
'Bebê com síndrome de sereia se prepara para cirurgia:
Milagros nasceu com suas pernas unidas sob uma camada apertada de pele – dando a ela a aparência de uma sereia.A doença ocorre em um a cada 70.000 nascimentos e há somente três casos conhecidos de crianças com a síndrome vivas.'
e o anjo?
Pular tb é bom!
puderemos sp ter 1 anjo saltitante!
As meias (de liga???) não condizem com a nossa perspectiva judaico-cristã de anjos... Continuamos muito ligados à imagem dos anjinhos papudos...São de salientar os esforços da Madonna (like an angel..., também com meias de liga...
Outra imagem em mutação é o da "femme fatale", delicada, suave, meiga (a autêntica fada-do-lar)...Das unhas-adereços, para as unhas-armas afiadas, esporões de ataque, músculos contraídos...
(Celebremos a mulher doce, encostada ao ombro, a discutir o último romance, em que o herói - eterno pulante - viaja nos tempos..)
1º anónimo: era uma vez um imaginário onde os seres nascem com as caraterísticas que mais aprazem e animam quem o labora, este autor faz nascer de forma constante uma série de anjos, de todos os tipos, cores e feitios, até há poucos dias pariu um anjo com as asas coladas, coisa que lhe acontece de x em x tempos; mesmo com estas coladas ele não se cansa de soprar nos ouvidos dos incautos sons de liberdade e libertação, enquanto aguarda pela intervenção divina que lhe separe as asas libertando-o para apregoar a liberdade e incentivar à libertação...
sari, pular parece-me bem, acho que ele ouviu pois é constante um som de pulos de alegria e descoberta
2º anónimo,aqui não celebramos nada...deixamos sair a fantasia vestida com a inevitável cor das emoções mais intrinsecas, que tal deixares aqui a tua? ha, desculpa, já deixaste
já agora: porquê anónimos?
(Numa perspectiva digna do menino da história "do-Rei-que-vai-nu", que eu só cheguei agora: nem sereia, nem madona, nem anjo saltitante...parece-me que não são as asas que estão coladas! Os dedos é que estarão cu-lados...)
a+nó+ni+mo porque gosto de palavras esdrúxulas!
é bom descobrir o imaginário;
mas a história como fica? que disse o divino?
"que disse o divino?", claro que cabe a cada anónimo, não anónimo, etc. e tal fantasiar o que diz a intervenção divina e qualquer outra intervenção...assim fico à espera das vossas fantasias sobre esses diálogos possíveis (ou não)...
Este para mim é sempre um local de espanto e reflexão, e de alguma incompreensão. Não por culpa dos intervenientes, apenas limitação própria. De toda a forma é assombroso espreitar os universos interiores. Fica apenas a parecer-me que o meu é tão, tão básico.
Querida F. a foto impressiona-me de todas as vezes que cá venho, apesar de só agora o dizer. São o negro e as linhas de força marcadas num corpo limitado a um espaço insuportável, talvez??....
The Lonely One
There is a very quiet girl
They call the lonely one
The sorrow in her face
And sadness in her eyes
And if you look into the heart
Within the lonely one
You'll find it's been deceived
That broken was in lies
Is it good to have cried?
With the longing to hide
On your heartaches and fears
Is it wise to be cold, to struggle, to hold back with tears
If you could only see the girl
They call the lonely one
You'd know that since you're gone
The lonely one is me
(Lisa Ekdahl)
de "eu" pa tu... com muito carinho.
tu recebe palavras e carinho com muito encanto
Grande foto! Luv it...
Little Boy (www.tapornumporco.blogspot.com)
"A esperança é o melhor
médico que eu conheço."
(A.Dumas,pai)
Não gosto de ouvir o MEC, mas aprecio a fluidez da escrita. Aqui vai...
ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de
verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem
uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se
uma questão
prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade,
ficam
"praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor
doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de
compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão
embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um
gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de
telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem",
tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a
tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um
cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é
uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o
intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da
tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada,
abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e
da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é
para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes.
Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é
para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um
bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor
puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor
puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O
amor não se percebe. Não dá para
perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a
nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha,
não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é
necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o
que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor
é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o
coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das
mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é
ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.Não é para
perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e
não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas
mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também
Amor comprometido
Pele sedosa,bonita e fina
Lábios vermelhos e boca pequenina,
Longos desejos de beijos ardentes
Em seu corpo,nas noites quentes.
Em seu peito repousando
Minha cabeça a todo instante,
Sinto,seu pulsar de amante
Lágrimas,vejo tu chorando...
Um amor não correspondido
Talvez...por ser comprometido
Nossos corpos no banhar do luar.
Restando entre nós seu olhar
Meigo,sereno doce e amável,
Não quero ser alguém descartável.
Benjamimm Leasim
Tanto que se complica num compleitude que em nada reifica. A pura simplicidade assere que anjo há acordado; com as asas coladas, é certo. Mas olvidamos o mais relevante para nos pormenores da cola nos esquecermos perdidos. Para quê? Afinal, há mais um anjo... com Miguel Esteves Cardoso, Benjamin's, Huxley's ou com outros mais que queiram citar...
não me importa, carece-me apenas da vontade partilhar da vivência dos anjos, independentemente das características morfológicas com que o louvamos ou estigmatizamos, segundo as nossa escolhas que tão particulares e não inocentes sabemos serem...
;)
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