solidão a cores e palavras
fotos de ff
Poema do amor que resolve todas as diferenças
teus seios de leve e guarda
castos castelos em água
o puríssimo torso amada
são
meu amor mata-te
porque não te matas?
tuas mãos a chave alada
morena carne acendida
à rédea (dedos de corda)
a cova morna
são
meu amor mata-te
porque não te matas?
o teu púbis por deitada
ergue-se e
miúdo o ventre
no côncavo o berço de alma
são
meu amor mata-te
porque não te matas?
teus caninos luzentes
vagam lume
pausam olhos amarelos
alto rosto
são
meu amor mata-te
porque não te matas?
tua cintura abrandada
(do dorso vagueia ao ventre)
a fronte fraca e o delicado
osso tremente sob o peso
são
meu amor mata-te
porque não te matas?
teu nome dado
esse enorme não outro
em grito e o desvio
são
tua matriz de tua
esponja com teu cabelo crespo
fio a fio descontados
são
meu amor mata-te
porque não te matas?
4/9/71 in Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa
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