quinta-feira, novembro 18, 2004

Ela vivia feliz com o amor na sua caixinha dourada, era como pó de pirilimpimpim onde ia de tempos a tempos buscar uma pitada para que lhe sorrissem os olhos, e todos os gestos eram de enorme acolhimento; com eles abraçava cada raio de sol que a visitava, cada odor primaveril que a espreitava, cada luar que a iluminava, cada brisa que a refrescava, toda ela era um colo pleno de presentes celestes que ia distribuindo por aquelas que a contemplavam e que a interpelavam. Das suas lágrimas de alegria triste ia construindo uma casa do cristal mais brilhante, delicado e robusto que alguma vez qualquer humano houvera vislumbrado; nela cada dia ia amolando uma luz especial e irrepetível que se propagava de forma intensa e inevitável por todos quantos ousavam olhar; não mais eram os mesmos, não se reconheciam nos seus trejeitos diários, urgia reconstruírem-se como se uma aranha invisível lhes tecesse uma teia que os conduzia por um caminho único e mais belo.
Os seus pensamentos eram como partículas de oxigénio que purificavam o ar que a envolvia, neles se inalavam gotas de amor, compreensão, rebelião e incansável aperfeiçoamento, nunca se cansava.

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