Vitorias Dolorosas
Luta de Titãs é o que acontece nas enfermarias de um hospital. São vitoriosos os que saem com vida, batem recordes os que saem numa estada em número de dias inferior, são perdedores, fracassados, alvos aos olhares de comiseração aqueles que saem deitados ou aqueles que saem sem conseguir pestanejar – na dignidade com que a morte se nos cola, ainda que só reconhecida noutras culturas.
É doloroso, para não dizer vergonhoso quando um ente querido leva a esta percepção e reflexão, ver alguém de quem se gosta a ser alvo de relacionamentos inevitáveis que não ‘perdoam’ na sua avaliação de juizes duros e inflexíveis, a cada movimento diário. Piora quando nós próprios que observamos esta dinâmica percebemos que também estamos a entrar na movimentação, forçando para obter resultados competidores, que os habilitem, apurem para etapas seguintes, e se possível que os coloquem no lugares dos líderes das vitorias.
Claro que a luta pela saúde tem sentido, especialmente num contexto cultural em que a sobrevivência vale tudo, prolongar a vida é uma máxima válida mas que muitas vezes se esquece da qualidade em que essa vida decorre, somos hipnotizados pelos números, indicadores de idoneidade em quase tudo o que nos rodeia – já o filosofo havia dito que o mundo está escrito em caracteres matemáticos, o escritor aludiu ao perigo de alienação de se ficar viciado na contabilização como forma de controlo e os media nos seus focos políticos e económicos emolam-se nas estatísticas com que se justificam.
Simplesmente existir ou ter existido já nos coloca numa categorização numérica, da qual não temos escapatória, então se tivermos qualquer vinculo mais intenso a instituições de saúde as categorizações de pertença aumentam significativamente, sem que isso se repercuta em benefícios para a qualidade de vida de cada Titã que por lá pernoite e que de lá possa sair vitorioso.
É doloroso, para não dizer vergonhoso quando um ente querido leva a esta percepção e reflexão, ver alguém de quem se gosta a ser alvo de relacionamentos inevitáveis que não ‘perdoam’ na sua avaliação de juizes duros e inflexíveis, a cada movimento diário. Piora quando nós próprios que observamos esta dinâmica percebemos que também estamos a entrar na movimentação, forçando para obter resultados competidores, que os habilitem, apurem para etapas seguintes, e se possível que os coloquem no lugares dos líderes das vitorias.
Claro que a luta pela saúde tem sentido, especialmente num contexto cultural em que a sobrevivência vale tudo, prolongar a vida é uma máxima válida mas que muitas vezes se esquece da qualidade em que essa vida decorre, somos hipnotizados pelos números, indicadores de idoneidade em quase tudo o que nos rodeia – já o filosofo havia dito que o mundo está escrito em caracteres matemáticos, o escritor aludiu ao perigo de alienação de se ficar viciado na contabilização como forma de controlo e os media nos seus focos políticos e económicos emolam-se nas estatísticas com que se justificam.
Simplesmente existir ou ter existido já nos coloca numa categorização numérica, da qual não temos escapatória, então se tivermos qualquer vinculo mais intenso a instituições de saúde as categorizações de pertença aumentam significativamente, sem que isso se repercuta em benefícios para a qualidade de vida de cada Titã que por lá pernoite e que de lá possa sair vitorioso.
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