Crash Point
Filme com dois bons pontos de partida: o papel da sorte nos acontecimentos humanos e da culpa na estrutura emocional (paralelismo Dostoiévskiano).
Dois elementos interessantes para nos embrenharmos num argumento tão embelezado pela inevitavelmente sexy actriz (algo do qual ela não só não pode fugir, mas do qual é vitima e escrava) e densificado pelo atormentado actor.
Sim, interessantes pontos de partida, promissores de algo... se não pertinentemente profundo, pelo menos woodianamente irreverente, mas...não foi muito além do seu ponto de partida. A sua essência ficou pela orla, pelo invólucro, pelo quotidiano, visível, fealdade da contrariedade, pelo epidérmico e o imediato.
Pareceu ter sido esquecida a súmula, o interior das personagens que inicialmente havia sido prometido, numa espécie de viagem ao centro das suas angústias, fantasias, desejos e medos desconhecidos até para si próprios.
Ficamos pelas escassas e quase banais entradas de uma refeição perspectivada de sofisticada, longa e com surpreendentes sabores a deleitarem paladares adormecidos, na velha dualidade eros-tanatos, amor-morte, desejo-medo.
Saímos insatisfeitos, sequiosos, esfomeados ao que, talvez, só a leitura de “Crime e Castigo” possa pôr cobro.
2 Comentários:
eu gostei do filme :)
...há coisas que gostamos, mas...sabem a pouco, muito pouco...fica uma sensaçao de vazio, de insatisfaçao
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