Felicity
Felicito a Felicity!
Mais uma abordagem de alternativa à sexualidade judaíco-crista.
Mais uma série de acções e emoções que a maioria fantasia desconhecer.
Mais uma proposta de: arrisca a viagem pelo outro, verás que no sentir somos todos basicamente iguais.
Todos nos queremos sentir bem na nossa pele (ou numa 'emprestada/adoptada'), sentir-nos em harmonia na totalidade indivíduo (corpo-mente-sentimento). Todos queremos que os nossos pais nos amem incondicionalmente (independentemente do que somos, fazemos e decidimos). Todos temos medos, desejos e queremos ser felizes (seja lá o que isso for).
Todo o filme é uma novidade em terra familiar.
Temos uma América menos hollywoodesca, nada glamourosa, uma América talvez mais austeriana - mais verde, mais solitária, de confrontação não urbana. América que podia ser Europa.
América de indivíduos encerrados na sua individualização castrada.
É nesta América que Bree, mulher encerrada num corpo de género masculino, procura com determinação férrea uma libertação (quase simbólica) de um determinismo sócio-cultural: a liberdade de poder optar no que respeita ao seu corpo e ao seu sentir, de exercer o livre arbítrio no facto de ter um cérebro no exercício da consciencialização, logo com a possibilidade de 'fazer acontecer', sem ceder a qualquer colete de força castrador da sua expressividade.
Com um desempenho tão envolvente como embaraçoso, Felicity levou-nos numa viagem de reencontro com fantasmas sem plumas.
2 Comentários:
Concordo com a comparação a "...uma América talvez mais austeriana (...) mais solitária, de confrontação não urbana (...) que podia ser Europa."
Todavia, caracterizar a América claustrobóbica e terrivelmente urbana de Auster como uma América mais verde...???
Em que sentido?
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