segunda-feira, setembro 17, 2007

está aberta a época de tiro ao alvo


“Este post já é um bocado tardio, mas eu só ontem soube do episódio porque tenho estado fora em serviço (golfe na Estela e Ponte de Lima) e daqui a pouco saio novamente em serviço (golfe no Montado e em Tróia).
Entre as duas comissões de serviço, lendo os jornais atrasados na internet, vi no DN uma peça sobre uma entrevista que a jornalista Márica Rodrigues, da RTP, fez no passado dia 27 de Julho com o embaixador iraniano em Lisboa. Não acreditei nem nas palavras do jornal, nem nas fotos. Fui ao You Tube e vi então o que me recusava a acreditar.
A "jornalista" ganhou direito às aspas. A minha alma ficou parva. Não aguentei a ira, a indignação e a revolta. a "jornalista" vestia-se a rigor, de acordo com as imposições islâmicas fundamentalistas para entrevistar o embaixador do Irão em LISBOA! Toda de negro, com véu e luvas! Incrível! maquilhage discreta, ar reverente e submisso. Inaceitável!
É certo que em Roma devemos ser romanos. Mas porra, estamos em Lisboa! Ainda podia aceitar que, em Teerão, e por razões de força maior, se pudesse aceitar uma imposição desta ordem, tendo em vista um interesse superior que seria o de ouvir uma personalidade importante, sobre um tema de grande interesse num momento certo. Mas porra, estamos em Lisboa e o senhor embaixador não disse mais do que palvras de circunstância e aproveitou o tempo de antena para propaganda gratuita.
A "jornalista" prestou um mau serviço ao Jornalismo, a Portugal, à União Europeia, à presidência portuguesa da União Europeia, às mulheres iranianas e a todas as mulheres submetidas à tirania e à prepotência tradicionalista dos fundamentalistas islâmicos.
Eu considero que a maior conquista da Humanidade é a instituição civilizacional do princípio da igualdade. Todos somos iguais em direitos e dignidade, independentemente da cor, da força física, da fé, da idade, da opção sexual e do sexo. Uma das maiores realizações do Homem é a aceitação da paridade estatutária entre os sexos. Milénios de discriminação, opressão, violência, humilhação e segregação dos homens sobre as mulheres ainda não foram inteiramente superados. Há ainda, mesmo entre as sociedades ocidentais, muito caminho a percorrer. Um dos pontos em que as sociedades fundamentalistas islâmicas revelam precisamente a sua faceta mais desumana, bárbara, arrogante e prepotente é no modo como tratam as mulheres. Há um grande caminho a percorrer no sentido de oferecer a milhões e milhões de mulheres islâmicas aquilo a que têm direito: DIGNIDADE e IGUALDADE.
Márcia Rodrigues está do outro lado, está do lado dos fanáticos islâmicos. Em Lisboa sejamos livres, tal como em Roma, em Londres, em Paris, em Nova Iorque, em Sidney, em Brasília, em Toronto e onde quer que calhe no mundo ocidental. Já que em Teerão não é possível. Por enquanto.” post de S. publicado no tapor a 4 de Agosto.

... não se acanhem com os prós, os contras e os assim-a-assim

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6 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

bom, vamos lá a isto, eu atiro a primeira pedra, mesmo com todos os meus telhados de vidro: parece-me que depois de ver a minina Márcia no tête-a-tête com o líder espiritual, e a vestimenta que envergava, é legitimo dizer que ela não se apresenta muito coerente na expressão postural e 'vestimental' (quando me dá para inventar palavras, segurem-me), pois claro está que eu esperava vê-la de vestes largas, folgadas e confortáveis, de cores quentes, perninhas cruzadas de forma a parecer que levitava, com o delicado pormenor de ver seus sapatinhos de cinderela cuidadosamente poisados sob o seu corpo elegantemente esvoaçante, para não esquecer da necessidade de ter a cabeça bem limpinha de pilosidades, de forma a purificar as suas ideias por facilitar a comunicação directa com o 'criador' e diminuir o atrito levitacional

ora, assim é difícil perceber a cachopa, há que a aconselhar a uma formação em sócio-estilismo cultural, para não provocar tão grande abalo nos espectadores ao surgir com aquele estilo mulher-executiva-intimidatório-fatal-nãoestounemai, nem outro qualquer que possa provocar colapsos cardíacos aos seus mais acérrimos admiradores

9:32 da manhã  
Blogger hugo besteiro disse...

Acho que querem - sempre quiseram - fazer deste caso algo mais grave do que realmente é...

Não pondo em causa uma série de questões, que nós, consideramos de avanços civilizacionais não me parece de todo correcto que constantemente estejamos a tentar exportar o nosso "modelo ocidental" de civilização!

As civilizações - incluindo as mais avançadas no seu tempo - avançam, recuam, progridem e até desaparecem definitivamente. "O homem sonha" e "o mundo pula e avança". Paremos de nos armar em arautos da democracia e do progresso mundiais. O destino de cada civilização está na mão dos seus povos. Nós, os grandes ocidentais, também tivemos a nossa quota parte - quiçá a maior - de segregação, mortes e torturas no mundo. Falarmos hoje do Islão - usando um termo bastante redutor para os vários povos e incluindo-os no mesmo saco - como o mal da Humanidade é esquecerm-nos ou taparmos os olhos a coisas tão belas e puras como as cruzadas, os "descobrimentos", as colonizações, o imperialismo (britânico, espanhol, português, etc..), a inquisição, ou coisas mais recentes como a implantação de ditaturas militares e os golpes de estado a regimes democraticamente eleitos, as colonizações (que passaram de territoriais e políticas para económicas) dos Estados Unidos da América do Norte, etc..

Em relação a este caso não acho que seja tão linear o ataque à jornalista. Primeiro porque ela é que o queria entrevistar.
E depois, e mais importante, porque a entrevista não foi em Lisboa. Foi na Embaixada do Irão em Lisboa, o que me parece substancialmente diferente. Citando a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros "à luz da Convenção de Viena, é verdade que dentro de uma Embaixada é suposto ficar ao abrigo das regras desse país".

11:54 da manhã  
Blogger R disse...

Concordo coma tua perspeciva. Mas penso que há uma atenuante, Este senhor embaixador do Irão foi fortemente criticado no país dele depois de em França ter tocado na mão de uma mulher em público e parece que a Márcia não queria criar embaraços ao senhor. De qualquer das formas é bizarro. Não acho que a atitude dela durante a entrevista tenha sido submissa.

2:24 da manhã  
Blogger linfoma_a-escrota disse...

couldn't care less:

www.motoratasdemarte.blogspot.com
www.canalfodasse.blogspot.com
www.videodroma.blogspot.com
www.chupa-mas.blogspot.com

ehehe c'est la morte =D

8:39 da manhã  
Blogger syl disse...

Também a mim este suposto incidente, me passou ao lado devido ao período de descanso anual.
No entanto, apesar de bastante desinformada, sinto não poder deixar de dar a minha opinião e tomar o partido da Márcia Rodrigues que sinto nada ter feito que macule a condição feminina da mulher ocidental, e cuja indumentária aprovo na certeza que a jornalista deverá ter tido válidas e várias razões:
1ª- Não é só em Roma que se deve ser romano, por questões de educação também quando se recebe em nossa casa (no nosso país) é costume respeitar os costumes dos nossos convidados (e a nossa fama de hospitalidade é lendária…)
2ª- Qualquer jornalista que se preze (não digo colunista ou opinion maker) sabe que deve respeitar as suas fontes ou fazer “quase” o que for necessário para obter um “furo” ou “A” entrevista. No caso a Márcia estava como é óbvio a trabalhar para conseguir os melhores resultados. Quantos jornalistas e repórteres “fecharam” os olhos e aceitaram as condições para entrevistar terroristas e ditadores foragidos e mafiosos?
3ª- Last but not the least, tenho o “feeling” que a questão da indumentária teve que ver com isso mesmo: roupa. Como se sabe é uma questão cara a qualquer mulher. Quem de entre nós perde a oportunidade de estrear um “modelito” novo? Eu não, seguramente!
Ora quer-me parecer que a nossa Márcia numa das suas visitas a Nova York ou Paris deve ter entrado duma daquelas “lojinhas” onde as mulheres dos Sheiks costumam comprar roupas, Tipo Versace ou Prada ou Dior ou lá o que foi, e que não resistiu à secção “Stock Off” lá do sítio.
E o resto é história, que melhor ocasião de se vestir à Muçulmana que esta? Até pode ser que a direcção de informação da SIC a mande em reportagem especial para um sítio mais quentinho (olhem que a mim não se me dava de ir fazer reportagens para o Dubai, mesmo que tivesse que ir assim vestida, além disso o preto emagrece imenso e favorece as louritas como nós) espreitam lá e digam se não tenho razão.
http://www.burj-al-arab.com/

4:11 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Lamentável. O que certos portugueses
tem contra o Irã? Sempre que leio posts em blogs portugueses, estão martelando sempre na mesma tecla, que Irã é isto e aquilo, nunca a favor sempre contra este país. Que a mulher do Irão teve 1 mudança radical em sua vida é certo. Mas isto foi em 1979. Nenhuma mulher islâmica reclama de seu país ou de suas leis. são mulheres conscientes de que vivem em 1 país laico. e todas seguem a regra do Corão; são amadas, protegidas e respeitadas. Vocês se apegaram a esta inverdade para tentar comover o mundo. Será Portugal aliado dos Americanos, querendo 1 fatia deste bolo tão rico que é o Irã? Mulheres ocidentais são diariamente surradas e tem o seu fator psicológico abalado por homens que prometeram respeita-las, ama-las no dia de seu casamento e, todos ficam mudos, tratam como coisa corriqueira. Talvez vc's tenham 1 ponto a ponderar: por que a prostituição, as DST's são ponto zero no Irã e em países não laicos isso é coisa tão comum que nenhum país ocidental faz campanha de prevenção a estas doenças. Tenham calma, meus patrícios, que Portugal ainda não é o governante eleito para a dominar toda Europa. Sinto que 1 país que está saindo do buraco onde se escondeu por décadas, talvez centenas de anos, tenha 1 posição tão anti-estratégica. Não se esqueça que quando agridem e invadem 1 país islâmicos todos os outros se unem para derrotar o inimigo pela astúcia. Veja o que acontece no Iraque: invadiram, destruíram, mas não dominaram.

Talvez invejem 1 país onde todos sabem que a inocência de 1 criança não pode ser violada, nem sua morte tramada, como acontece/aconteceu no Iraque, mataram 1000 crianças na mesma hora, minuto e segundo. Tenha certeza, certeza que eu dou a você que neste exato momento 1 soldado americano esta entrando em 1 casa iraquiana e levando 1 criança de 5 anos dali, para viola-la e depois mata la. Com que argumento e moral se põe contra o mundo islâmico?

Vocês portugueses são iguais a cães, babando e pulando por 1 naco de pão.

3:10 da manhã  

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