Capote ou Truman?
Questiono a ética das causas literárias: vampiro insaciável a alimentar-se dos desvarios da espécie humana é o seu autor que sobrevive desta humanidade resgatada - mais uma vez numa América que se diviniza no poder sobre a vida e a morte.
Assistimos à inevitabilidade das emoções, que se vão enredando na teia de sentimentos onde a luta se esgota e o amor acontece (seja ele qual for, com contorno poético doce ou violento). Ficamos perante um humano desnudado, sem roupagem social, nem pulsões inconscientes.
Com o nosso voyeurismo espectador, completamos a cadeia vampírica:
- vampiro o assassino que se alimentou do silenciar, que a situação de crime lhe provocou, ao apagar o incómodo olhar daquela vítima que o observava;
- vampiro o escritor que se alimenta da teia de sensibilidades que o crime cometido provoca, tanto no assassino como no escritor, que sente produzir em si um intenso viver, através do outro que o protagonizou;
- vampiro o espectador que se alimenta desta emoções intrincadas, na ilusão de ser melhor que eles (assassino e escritor), e assim fustigar a sua auto-culpabilização.
Sente-se alivio no eliminar do protagonista que concretizou o crime, aplaude-se o escritor que regista poeticamente o horror (capacidade estética de embelezamento dos seus horrores) e fica-se em paz consigo próprio. Recolhe-se ao travesseiro a pensar que se é melhor do que talvez se pensasse - redenção na confirmação da dicotomia bem e mal...até que os sonhos surjam com as suas nuances, onde o bem e o mal coexistem paradoxalmente num mesmo gesto.
O horror existe em cada um de nós, a sua concretização é um acaso, sorte ou azar a que todos os instantes estamos sujeitos, numa cadeia de acontecimentos inevitavelmente irreversível.
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