terça-feira, setembro 27, 2005

o sol e a lua

“Sinto-me como se não tivesse pele” – dizia-me ela olhando-me com os seus olhos cansados, com uma pequeníssima réstia de esperança de que eu a resgatasse àquele sofrimento.
“A mais pequena coisa que venha contra mim dói como se eu sangrasse até me esvair!” – continuou, enquanto os seus passos continuavam imobilizados, num resquício de protecção com o que o nosso mecanismo do medo nos brinda, mesmo quando todos os outros recursos nos abandonaram.
Prometi-lhe que o sol a aqueceria, sem a queimar e que a lua a iluminaria, sem a cegar.
Pareceu acreditar. Esboçou um sorriso com a pele dorida e arrastou um pé atrás do outro até me pegar na mão.
Atrás um rasto de sangue prometia estancar-se.

quinta-feira, setembro 22, 2005

contagem decrescente 1


fotos de ff

...fuuuuuuu...0000000000000


o bolo e o champanhe ficam para mais tarde

obrigada por participarem

contagem decrescente 2


fotos de ff

...respiração suspensa...

contagem decrescente 3


fotos de ff

Sem darmos conta dia após dia cá estamos a perfazer 1 ano (12 meses, 365 dias, ....),
ainda com fôlego para tanta coisa

quarta-feira, setembro 21, 2005

Tárrega

Na viagem que inevitavelmente reiniciei esta foi uma das paragens em fortuitamente me apeei: Feria de Teatro de Tárrega (comemorando 25 anos de existência num festival de quase 4 dias concentrados em teatro e dança, numa cidade mobilizada neste sentido, oferecendo em cada canto e recanto espectáculos que perfazem um total de cerca de 100 apresentações).



A cor e a expressividade ainda vive. Os ‘escapes’ ou os ‘anestesiantes’, ou a criatividade e imaginação humana não se esvaíram na avalanche urbana consumista/mercantilista, mesmo quando se utiliza essas expressividade em doses concentradas para rentabilizar o bolo económico.
Ainda é possível sonhar, ainda é possível construir o sonho, só precisamos de deixar o duende que nos habita tecer o seu bosque e saber olhar. Olhar como se olha para ver um holograma ‘creendo ser possível ver algo ai con sentido e magia’, una magia tan sinples que solo depende de tu ojos, como las nuvens que existem siempre que tu quieres, que te acem volar el ciel e se quedam lleñas de cuentos e figuras fantásticas, en que tu es el director de tantas peliculas sin camera, ni fita, ni cualquer otro aparato tecnológico.
Qe los (nos) mueve? La rabia, la invidia, el amor, la amistad?
Tudo isto?
Para as encontrarmos, para lhes fugirmos?
El miedo, la ventura? O los dos, como las dos mitades de la misma moneda, que se completam e los acem ser ser uno?

No interessa. Nos ace ter ganas, nos ace creer em la vida, nos ace sentir libres.
Nos ace volar, volar, volar, volar........

P.s. não atentar na miscelânia ortográfica que a vivência naturalmente despoletou

P.s. Continuo à procura do sonho...tarefa infinda

quinta-feira, setembro 15, 2005

o fim do verão traz consigo um lençol de tristeza que nos cobre, como um nevoeiro cerrado que nos tolda a visão adivinhando a época das chuvas