sábado, abril 30, 2005

capuchinho vermelho


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Com o seus enormes olhos ela olhava o lobo, e, num olhar terno, crédulo e inquiridor, com uma voz doce pergunta-lhe: Para que servem as papoilas?
Perante tanta candura, o lobo sentiu-se perturbado, confuso e incapaz de ordenar quaisquer ideas. Retirou-se profundamente reflexivo, sem sequer reparar naqueles pintainhos amarelos e aveludados saltando para o regaço de Capuchinho Vermelho.

sexta-feira, abril 29, 2005

Ser tua...



Art of love diz: Ah...se voltas!...'o criminoso volta sempre ao local do crime'! criminoso so o é quando se quebram as barreiras da privacidade, intimidade e afectividade do outro, e uma vez lá se constroem privacidades, intimidades e afectividades dos dois, que passam a alimentar-se dos odores em fusão, dos olhares em combustão, do toque em explosão...o vicio instala-se, a dependência acentua-se, a paixão vive-se.

segunda-feira, abril 25, 2005

obsessão...errada


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...afinal hoje é dia de preferir cravos e não papoilas...amanhã como será?

papoilas...outra vez




“Caules de papoila branca cortados em pedacinhos e bebidos com vinho é o que os físicos dão às pessoas que sofrem de elefantíase. Reduz as suas dimensões e a do seu sofrimento. Suco de papoilas vermelhas é o que eles recomendam às pessoas que sofrem de ansiedade excessiva e é também o que prescrevem àqueles que padecem de insónias.” (Notas de cozinha de Leonardo da Vinci – notas de Leonardo da Vinci sobre o cozinhar e o estar à mesa, Shelag e Jonathan Routh, 2002. p.276 / tradução Arte Mágica)

sábado, abril 23, 2005

ainda as papoilas


Campo de Papoilas
1873
Óleo sobre tela, 50x65 cm
Paris, Musée d'Orsay


"A paisagem do Campo de Papoilas, perto de Argenteuil, mergulhada na luz do sol, transmite uma sensação igualmente alegre e leve. As pessoas que passeiam neste idílio parecem dissolver-se na natureza envolvente, encontrando-se o peso desta representação fundamentalmente nas manchas de um vermelho quente, quase abstratas das papoilas que sobressaem extremamente bem no fundo verde, a cor complementar. Mais uma vez, torna-se aqui evidente que a ocupação de Monet com o fenômeno do efeito das cores resulta da sua observação intensiva da natureza, não se baseando sistematicamente, como muitas vezes se afirmou, nos conhecimentos das teorias das cores do século XIX.(Dados extraidos do livro Claude Monet - uma festa para os olhos, de Karin Sagner-Düchting, editora Taschen)"
postet por Marco

papoilas aos molhos






Oh pastor que choras

Oh pastor que choras
o teu rebanho onde está?
Deita as mágoas fora,
carneiros é o que mais há
uns de finos modos
outros vis por desprazer...
Mas carneiros todos
com carne de obedecer.
Quem te pôs na orelha
essas cerejas, pastor?
São de cor vermelha,
vai pintá-las de outra cor.
Vai pintar os frutos,
as amoras, os rosais...
Vai pintar de luto,
as papoilas dos trigais.

Né Ladeiras

terça-feira, abril 19, 2005

art of love emudece-me no seu diálogo com dark angel

escultura de Valéria Bortolotti

Quanto mais te conheço mais aprecio a força das tuas fragilidades.

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OS VIAJANTES da noite murmuram o teu nome
E as areias do deserto derramam sobre quem te pisa
O perfume do almíscar.
E na formosura da invocação sabemos da beleza do invocado
Como pelo verdor das margens se pressente o rio.

Adalberto Alves "O Meu Coração É Árabe - a poesia luso-árabe"

segunda-feira, abril 18, 2005

?????????????????

Em fase de porquês e aproveitando o mal:

Haverá questões insolentes?

Haverá mestres?

Haverá realidade?

Haverá tempo?

sábado, abril 16, 2005

frase de fim de semana

"levanta-te e anda!"
(Luc. 5:17-26)

quinta-feira, abril 14, 2005

o frio dos dias quentes


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Sim, faz calor
O meu coração treme
Sim, o sol beija-nos a nuca
O meu coração arrepia-se
Sim, todos temos os membros descobertos
O meu coração enregela-se
Sim, sinto o suor que escorre no peito
O meu coração acelera e desacerela-se
Sim, a fronte escalda
O meu coração está frio
Sim, o calor envolve-nos como um manto
O meu coração é abalroado
Sim, a temperatura sobe
O meu coração sente o vendaval gelado
Sim, todos estão ao rubro
O meu coração sente-se petrificar
Sim, tu sentes o calor de costas voltadas
O meu coração parte-se em mil pedaços
Sim, tu avanças paulatinamente
O meu coração fica perdido naquela rua
Sim, tu segues em frente
O meu coração fica a tentar reunir os pedaços
Sim, tu sais do meu horizonte
O meu coração vai colando pedaço a pedaço

Foi um dia de sol, quente e envolvente
No meu coração esteve o mais rigoroso dos invernos
...
Aguarda a chegada da Primavera



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Portugal é o país da U.E. cujos trabalhadores mais horas extras fazem.
Portugal tem os níveis de produtividade mais baixos da Europa. Não será esta segunda premissa a causa primordial da primeira? Sabe-se que o inverso desta proposição não é aplicável…

terça-feira, abril 12, 2005

o amor...sempre



art of love diz tu moras em mim "Não consigo parar de pensar...
É impossível esquecer-te !!!" ... como esquecer a nossa própria mão, o nosso coração a bater, os nossos cabelos que se remexem? assim seria esquecer-te, seria esquecer-me de mim naquilo que é impossível; embora muitas vezes me esqueça de mim por estar mais atenta a ti que és eu. és sangue que corre dentro de mim e me alimenta, és ar que respiro e me sustenta, és doçura que me enleva e me acalenta.

domingo, abril 10, 2005

p e a...pa


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- p e a?
- pa!
- repitam!
- pa, pa, pa...
- pa e pa?
- papa!
- que significa?
- papinha!
- ou...
- papar
- com acento?
- papá
- com maíscula?
- Papa muito boa que vamos comer a seguir!
- Muito bem, teminou a aula, amanhã continuamos à mesma hora!

Satisfeitos retiram-se, iam ansiosos de praticar o que haviam aprendido, nas suas estações televisivas, tantas vezes quantas pudessem para que a professora se orgulhasse dos seus alunos dedicados.

...

Ainda bem que já aprendi esta lição há muito tempo, agora já posso repetir as vezes que quiser palavras que me agradam: pai, mãe, liberdade, sexo, amor, viagem, café, não, revolução, amizade, sol, lua, flor, nuvem, sininho, sonho, opinião,...

sexta-feira, abril 08, 2005

Dicionarices - b



Bestialização

"Processo, facto ou resultado de embrutecer, de tornar besta ou de se tornar besta." in Dicionário da Lingua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa (p.520)

Acto continuo...assalta-me à memória a imagem da assembleia da república portuguesa?

quinta-feira, abril 07, 2005

Ainda as memórias, as presenças e as fortes ausências.
...ou... a monotonia dos dias...

"the sea drew her near
the drowning sun
she stood there waiting
for a sudden touch on her shoulder
a distant call from the storm
it was his nearness she couldn't miss

she went all the way into the waves
swallowed her fears
and tore the anchor free
maybe she had been too weak

the sea drew her near
the drowning sun

and the cold sea woke her up as from a dream
and she realized

the sun was already long gone
another evening gone
another long day
and nothing had changed
she stood there waiting
for a sudden touch on her shoulder
a distant call through the storm

the sea drew her near
the drowning sun"

Velvet Belly “Drowning Sun” - The Landing

a memória do que está ausente


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Diz Santo Agostinho em Confissões: “Mas, se é por meio de imagens ou não, quem facilmente o poderia dizer? Na verdade, nomeio a pedra, nomeio o sol, quando esta coisas não estão presentes aos meus sentidos; sem dúvida que as suas imagens estão à disposição na minha memória. Nomeio a dor do corpo, e não está presente em mim quando nada dói; e, no entanto, se a sua imagem não estivesse presente na minha memória, não saberia o que dizia, nem, ao falar da dor, a distinguiria do prazer. (...) Nomeio a imagem do sol e esta está presente na minha memória; não é a imagem da sua imagem que eu recordo, mas a própria imagem. É ela que se me torna presente, quando a relembro. (...)” (p.249)
Então quando te relembro o que está presente na minha memória? O amor, a dor , ambos ou a tua a velha imagem bela e cúmplice?

domingo, abril 03, 2005

“Os meus dias sem ti”


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“Os meus dias sem ti” ... palavras com poderes mágicos como o pózinho de sininho, que me(nos) fazem voar por mundos dolorosamente belos...consolo-me a imaginar-me envelhecer contigo – dentaduras no mesmo copo, resguardos da mesma marca, sorrirmos das memórias escassas ou incoerentes, caricias tremulamente longas, o deleite das papas partilhadas.