Perante uma sala repleta, o concerto iniciou em Onda Média e terminou em Frequência Modulada. Pelo meio, os sons vibrante e brilhantes ora mais melódicos (AM), ora marcadamente mais rítmicos (FM), embalados pelo experimentalismo que a electrónica incita e que os The Gift acentuam nos concertos ao vivo.
Não obstante, alguns tempos mortos entre as músicas (que podiam ser “disfarçados” com uma luz mais ténue), ofereceram-nos um belo gift. Em palco a voz da Sónia ganha ainda mais (!) intensidade. É soberba! Se existissem dúvidas dissipar-se-iam na interpretação de “Wallpaper”.
Mereciam melhor público que, nem perante o tema de apresentação de AM/FM, “Driving you slow”, se mostrou caloroso! Alguns membros dos Gift ainda tentaram puxar pelo público, que finalmente, mas a custo, lá começou a libertar-se a meio do espectáculo num regresso a Vinyl e ao famoso “OK. Do You Want Something Simple?” Dois encores. No segundo uma vozinha queria já falhar nas notas mais baixas, mas suficientemente pujante para nos darem novamente a ouvir “Driving you slow” desta vez com o público bastante esfuziante.
Podem não ser uns excelentes comunicadores, mas são uns músicos extraordinários.
Em “Music” podemos ouvir “I’m doing it for music, I’m doing it for love, I’m doing it for everyone around me (…).” Continuem. Nós agradecemos.