Havia um pinhal lindo atrás da casa. Palco de muitas brincadeiras infantis temperadas com risotas e alguns arranhões. Era a sombra das férias grandes. No Outono era local de “peregrinação” à apanha dos míscaros.
- “ó mãe, olha este! É tão lindo!”
- “Não mexas nesses que são venenosos!”
- “Mas são tão lindos! Posso levar?”
- “Não filha, não estragues!”
… no Inverno o musgo para o presépio.
Agora não há míscaros naquele espaço. Também já lá não está aquele grande, fresco e verdejante pinhal. Parte do que foi sobrando das chamas que verão após verão engoliam as árvores e as recordações de infância, acabou por ser cortado por quem morava perto. Por precaução. Pelo receio da perda. Pelo cansaço.
Há uns anos atrás era comum, para mim, que as noites de verão fossem passadas em constante sobressalto. Momentos de aflição que reacendiam (reacendem) todos os anos juntamente com o fumo que paira no ar, com o som das sirenes dos bombeiros: mensageiro de más novas, portador de desassossego, sinónimo de destruição.
- “ó mãe, olha este! É tão lindo!”
- “Não mexas nesses que são venenosos!”
- “Mas são tão lindos! Posso levar?”
- “Não filha, não estragues!”
… no Inverno o musgo para o presépio.
Agora não há míscaros naquele espaço. Também já lá não está aquele grande, fresco e verdejante pinhal. Parte do que foi sobrando das chamas que verão após verão engoliam as árvores e as recordações de infância, acabou por ser cortado por quem morava perto. Por precaução. Pelo receio da perda. Pelo cansaço.
Há uns anos atrás era comum, para mim, que as noites de verão fossem passadas em constante sobressalto. Momentos de aflição que reacendiam (reacendem) todos os anos juntamente com o fumo que paira no ar, com o som das sirenes dos bombeiros: mensageiro de más novas, portador de desassossego, sinónimo de destruição.