Dizia a um bom companheiro das madrugadas: a poesia, falta-me a poesia!
Quando a noite caiu, como um véu de viúva, os braços do seu homemlua pegaram-lhe nas mágoas e destilaram cintilares de amor e paixão, quando a manhã espreitou os seus olhos afundaram-se nos véus das suas dores, secaram, limparam, desinfetaram, coseram e maquilharam, viu os raios de sol que lhe saiam pela boca, contornaram terna e apaixonadamente o corpo do seu homemlua, abraçaram seus olhares de desejo e iluminarem os seus sonhos e as paredes que os recatam.
Baixou o olhos dizendo baixinho: voo na poesia de cada anoitecer, faço loopings e acrobacias levitantes pela noite, plano com doçura ao amanhecer no dorso de meu homemlua alado... a poesia entranhou-se-nos.
Etiquetas: homemlua