“Paz de espírito, poder andar na rua e sorrir satisfeita, saber que tudo corre nos eixos, não é preciso bem, mas apenas correr.
Sentir-me como poucas vezes me senti, como se por mim e à minha volta corresse um fluido brilhante inebriante que se chama vida, como poder tocar numa flor e chamá-la minha sem a colher.
Saltar de poça em poça e sentir o vento a acariciar-me o cabelo como se fosse as mãos da nossa mãe ou do nosso amor.
Sinto ganas de atravessar o mundo num dia, reduzir o infinito a pó, beber todos os oceanos num copo e chamar irmão a todas as pessoas que eu veja tristes.Paz de espírito poder ouvir, desinteressadamente tudo e no fim restar só eu no fundo do meu peito aberto, olho em volta para os fantasmas e demónios que me assaltam e sonho com neves eternas brancuras perpétuas para me apaziguar.” JP
Reencontro secreto, intimo e público de si para consigo. É como a Primavera a bafejar-nos para que não nos esqueçamos que ainda podemos ser felizes.