quinta-feira, maio 24, 2007
Era uma vez ...
foto ff
Era uma vez um mundo onde haviam uma espécie de campânulas cónicas, feitas de vidro, permitindo uma transparência. Nessas campânulas cónicas habitavam seres, que podiam olhar e ser olhados pelos habitantes das campânulas vizinhas.
Desta forma podiam ver esgares de tristeza, alegria, angustia, desespero, euforia, mistério, irritação, ciúmes, e por ai adiante, se estas fossem as emoções expressas pelo seu protagonista. Observando estas expressões pouco ou nada podiam fazer, para além de se emocionarem com emoções recíprocas ou impotentes, e ali ficavam a assistir ao sucumbir de vivências solitárias.
Os acessos e saídas dessas campânulas parecem ser controlados por um SENHOR poderoso que padece de intenções sapientes e acções laboriosas em que estes seres que aí habitam não passam de cobaias para seus estudos onde pretende alcançar melhoramentos nesta espécie.
Por vezes este SENHOR, de forma perfeitamente aleatória a manipulatória, desbloqueia os acessos, só para observar e analisar a forma como se intercruzam estes seres maioritariamente solitários. O ‘espectáculo’ resulta doloroso, as quase incapacidades em conseguirem comunicar além da observação isolada, torna-se num pesadelo de proximidades invasoras e isolamentos incontornáveis.
O SENHOR anda às voltas, irritado com este estado de entropia pacífica e tristeza crónica, não sabe como libertar estes seres do seu estado de isolamento paradoxalmente destrutivo, uma espécie de suicídio paulatino.
Era uma vez um mundo onde haviam uma espécie de campânulas cónicas, feitas de vidro, permitindo uma transparência. Nessas campânulas cónicas habitavam seres, que podiam olhar e ser olhados pelos habitantes das campânulas vizinhas.
Desta forma podiam ver esgares de tristeza, alegria, angustia, desespero, euforia, mistério, irritação, ciúmes, e por ai adiante, se estas fossem as emoções expressas pelo seu protagonista. Observando estas expressões pouco ou nada podiam fazer, para além de se emocionarem com emoções recíprocas ou impotentes, e ali ficavam a assistir ao sucumbir de vivências solitárias.
Os acessos e saídas dessas campânulas parecem ser controlados por um SENHOR poderoso que padece de intenções sapientes e acções laboriosas em que estes seres que aí habitam não passam de cobaias para seus estudos onde pretende alcançar melhoramentos nesta espécie.
Por vezes este SENHOR, de forma perfeitamente aleatória a manipulatória, desbloqueia os acessos, só para observar e analisar a forma como se intercruzam estes seres maioritariamente solitários. O ‘espectáculo’ resulta doloroso, as quase incapacidades em conseguirem comunicar além da observação isolada, torna-se num pesadelo de proximidades invasoras e isolamentos incontornáveis.
O SENHOR anda às voltas, irritado com este estado de entropia pacífica e tristeza crónica, não sabe como libertar estes seres do seu estado de isolamento paradoxalmente destrutivo, uma espécie de suicídio paulatino.
Etiquetas: Era uma vez ...
sábado, maio 12, 2007
foto ff
Dentro de si florescem pérolas líquidas com a fragilidade do cristal e a flexibilidade do mercúrio, que se fragmentam e impregnam osmoticamente nos interstícios globulares, linfáticos e alveolares. De rápida e agridoce acção dilatam fulgurantemente para num ápice se estreitarem de constrição hipotérmica, donde a dor e a dilaceração se insurgem num apelo de balsâmico clamor.
Dentro de si florescem pérolas líquidas com a fragilidade do cristal e a flexibilidade do mercúrio, que se fragmentam e impregnam osmoticamente nos interstícios globulares, linfáticos e alveolares. De rápida e agridoce acção dilatam fulgurantemente para num ápice se estreitarem de constrição hipotérmica, donde a dor e a dilaceração se insurgem num apelo de balsâmico clamor.