sábado, março 28, 2009

foto ff

"Por volta das seis horas da manhã, constituiu uma experiência notável vermos o que se passa na rua principal da aldeia. É sempre uma hora de grande movimento. Apressados, os homens saem da cama das suas amantes e regressam rapidamente ao local a que verdadeiramente pertencem: a casa da mães." (Coler, p.173)

in O reino das mulheres - o último matriarcado de Ricardo Coler

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terça-feira, março 10, 2009

amizade cúmplice



Eram três, três cigarros dos fininhos porque eram mais elegantes, elas fumaram-nos como quem se dá um prazer especial e cúmplice antes do confronto, uma com a dor sentida nos neurónios massacrados e no couro cabeludo cansado e relaxado, as outras duas na dor sentida de ver a amiga a ser despida da sua moldura social e estética... uma a uma cada pilosidade do seu couro cabeludo foi parar ao chão, aquele chão que tantos ampara na sua derradeira separação, eles no chão abandonados, as lágrimas a espreitarem, os olhos a brilharem de dor pela perda, os cantos do rosto tensos como quem segura o amor próprio para que ele não se despenhe naquele chão maculado de dor.
Ainda neste dia é outro dia, outro início, outro hábito, outro sonhar, como tantos outros inicios de tantos outros dias com que foi premiada, dias pejados do imprevisivel que trouxe tantas vezes o pior do esperado. Como que se lhe colou esperar o pior, mas sem o aceitar, sem deixar que seja dono de sua vida, essa é a luta de cada um dos seus dias, de cada seu acordar, intervalada com o resvalar do choro de quem não entende, de quem não percebe o sentido do que não tem sentido

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quatro noites com anna



Ele gostou, ele predador, eu predadora de predadores navego na onda do imaginário que aquele personagem imaginado pelo autor efectiva, eu protegida pela tela que me separa e me envolve, gosto através do ele predador que gosta através do ele personagem imaginado pelo autor, e gosto através das imagens projectadas na tela que me separa e me envolve.
Ele gostou, ele predador, gostou das unhas pintadas a cores a preto e branco, do poder extremo de poder adorar sem ser magoado, eu predadora de predadores navego na onda do imaginário de poder ser adorada sem magoar nem ser magoada.

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